Brasileiros empreendedores e com dupla nacionalidade poderão pedir visto de residência dos Estados Unidos ao abrigo do “Amigos Act”
A cidadania portuguesa virou atalho para viver nos EUA porque Portugal foi incluído no Tratado de Comércio e Navegação, que abre caminho para o visto de negócios E2.
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O Brasil não faz parte do acordo e apenas quem tem cidadania portuguesa está apto. Ainda assim, é preciso ser um empreendedor, dirigir um negócio ou ter 50% de uma empresa.
O “Amigos Act”, nome informal do tratado, foi aprovado no Congresso e assinado pelo presidente Joe Biden. Falta o Serviço de Cidadania e Imigração regulamentar a burocracia.
A advogada brasileira Liz Dell’Ome, com escritório em Nova York, explicou ao Portugal Giro como o tratado virou atalho para luso-brasileiros interessados em viver nos EUA.
— Antes, só podiam pedir o EB-5, com exigências robustas, como aporte de US$ 800 mil (R$ 4,1 milhões) e negócio com dez novos postos de trabalho — disse Dell`Ome.
Agora, os luso-brasileiros têm processo simplificado e custos reduzidos. O E2 é renovável por tempo indeterminado e extensível aos familiares, desde que o negócio siga aberto.
— Do ponto de vista de negócios, o E2 é uma solução migratória mais simples, além de o processo ter menos custos — informou a advogada.
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A nova ponte entre EUA e Portugal é o elo que faltava para uma parte dos brasileiros que têm dividido seus negócios entre os dois países.
Brasileiros que moram nos EUA passaram a comprar mais imóveis em Portugal. E há a tendência de empresários luso-brasileiros residentes em Portugal expandirem para os EUA.
— Abre uma nova janela, com múltiplas oportunidades de empreender para quem deseja diversificar a atuação profissional na maior economia do mundo — explicou Dell`Ome.
Um dos exemplos de expansão para os EUA desde Portugal: após abrir oito lojas em cidades portuguesas, a Casa do Sono estreou em 2022 a primeira unidade em Orlando.
A empresa de colchões de qualidade é do casal luso-carioca Leon e Rachel Netto, faturou € 3 milhões (R$ 16 milhões) no último ano e mira um mercado mais amplo.
Leon passa 15 dias em cada país, enquanto Rachel tem permanecido direto em Orlando. O casal planeja pedir o visto E2 ou o L1, destinado aos executivos de empresas com filiais nos EUA.
— A Rachel se mudou e eu fico indo e voltando. Vamos manter a base em Portugal e até aumentar o número de lojas. Mas a ideia é expandir de forma incisiva para os EUA — disse Leon
fonte: oglobo.globo.com